Síndrome do Impostor: Você já ouviu falar nela?

padrao

Na minha experiência com cursos, treinamentos e atendimentos, cada vez mais encontro pessoas se achando menos e não confiando em sua capacidade e merecimento. Esse fenômeno psíquico que impede a pessoa de utilizar seu potencial a seu favor, é conhecido como Síndrome do Impostor.

Trata-se de uma insegurança que não chega a ser considerada um transtorno psicológico pela OMS, porém interfere diretamente no estado emocional e destrói a vida de quem alimenta crença. 

Será que isso é pra mim? Que é para o meu bico? Será que sou merecedor? Sou uma fraude? Será que sou um impostor?

Você já se pegou com esse tipo de pensamento?

A pessoa se vê menor do que é, se invalida e se autossabota, mesmo que inconscientemente, não permitindo a vida fluir. E a conversa que ela tem consigo mesma é sustentada pela crença de não merecimento, “eu não sou boa o suficiente”.

Essa é uma grande distorção, que afeta várias áreas da vida. Em alguns casos nos relacionamentos afetivos. É quando entram outras afirmações como: “Ele não vai achar graça em mim, ele é muito melhor do que eu.” 

Com isso, ela antecipa o fim de relacionamentos que poderiam, inclusive, dar certo. Mas a pessoa já começa a sofrer antes mesmo de permitir que a relação amadureça.

Na Linguagem da Programação Neurolinguística, PNL, nós chamamos isso de falta de confiança na competência. 

Significa que a pessoa está sempre nutrindo sentimentos de insegurança, ansiedade, medo e dúvidas sobre sua própria capacidade, paralisando sua vida pessoal e profissional. 

Aliás, recentemente eu atendi um gestor que queria muito uma promoção no trabalho e quando ele conseguiu ele se encheu de dúvidas e insegurança: 

“Esse cargo é muito pra mim, eu não vou conseguir sustentar isso, teria que estar mais preparado, sou uma negação pra liderar equipe, tem muita gente mais capacitada do que eu”. 

E foi assim que ele perdeu algo que tanto queria. É triste, lamentável, porém há muitas pessoas que agem assim.

Esse tipo de conversa recheada de  frases de cobrança e invalidação, cria uma espécie de medo que bloqueia as possibilidades. 

A crença “tenho que ser perfeito,  não posso errar,  tudo é complicado” é o caminho da autossabotagem. 

A pessoa não se banca, não aposta em si mesma, tem dificuldade de ser flexível consigo mesmo e se aceitar, se sente um fracassado e vive uma vida limitada dentro dessa prisão criada pela sua forma estreita de perceber o mundo.

A Síndrome do Impostos nos leva a uma conversa ruim, carregada de julgamentos e críticas, que ocupa a mente tempo integral.

Portanto, é como você estar 24 horas conectado com notícias que literalmente fazem mal e te deixam deixam para baixo, desacreditado e desencorajado diante da vida. 

De tanto ficarmos focados nessas narrativas mentais de invalidação, desenvolvemos a habilidade de nos sentirmos cada vez mais incapazes. 

Dessa forma, não temos estímulos para avançar e ir além, uma vez que não nos sentimos à altura dessas narrativas.

Com pensamentos depreciativos sobre nós mesmos, acreditamos que somos inadequados, incapazes, incompetentes, menos do que os outros. 

A insegurança é tanta que, se recebemos algum feedback negativo sobre nosso trabalho, já começamos a acreditar que alguém desgosta de nós e aí contamos a mesma historinha de que “Não sou bom suficiente” ou “sou um erro” – obviamente comparado a “todos” os outros. 

A mente de uma pessoa que experimenta a Síndrome do Impostor está sempre passando um filme dos pensamentos, interpretações e imagens como se a vida estivesse contra ela.

E qualquer coisa mínima que aconteça, a pessoa sempre vai achar que é pessoal e que tudo está contra ela. 

Ou seja, ela vai construir uma consciência de vítima e não vai assumir responsabilidade sobre o que está acontecendo.

Mas quando você para e tem um surto de lucidez a respeito desses pensamentos, percebe que eles são ilógicos.

Eles se baseiam mais nas interpretações subjetivas, uma lente turva e distorcida que fazemos da realidade. 

Não tem a ver com a situação em si e nem da forma que o outro me vê! Tudo tem sua origem em pensamentos que geram tristeza, raiva, medo ou outros sentimentos perturbadores.

Se pensarmos bem, a vida é esse rico banquete temperando com diversos comportamentos e sentimentos e tudo vem para nos enriquecer. 

Afinal, os erros e acertos, as perdas e ganhos, as tristezas e alegrias, tudo isso faz parte dessa fantástica experiência chamada vida, onde o imperfeito está perfeitamente encaixado e fazendo sentido no nosso existir.

Imaginar que tudo tem que ser lindo, acreditar em um mundo cor de rosa onde tudo acontece como queremos, o tempo todo, é ilógico. 

Nesse momento de crise e pandemia, mais do que nunca sabemos que não controlamos as coisas e muitas vezes, nem a nós mesmos, se não tivermos maturidade e autoconhecimento.

A realidade objetiva não é essa, e isso é muito bom. Então nem sempre as coisas sairão como a gente gostaria. Por outro lado, haverá vezes em que elas decorrerão ao nosso favor.