Apego Evitante, Ansioso ou Seguro: Qual deles você traz da sua infância?

padrao

Existem três tipos de apegos, segundo especialistas, que nós desenvolvemos na nossa infância. Saber disso pode nos ajudar a nos posicionar melhor na vida. São eles:

O Apego Evitante.

O Apego Ansioso. 

E o Apego Seguro.

Quando nós falamos do Apego Evitante, significa que a criança aprendeu na infância que quanto menos ela fala, melhor.

Ou seja, quanto menos ela se posiciona, melhor. 

Ela está num lar onde, na maioria das vezes, não se sente aceita ou se sente ignorada. É aquela criança que tem um pai que está em casa mas não está presente, ou uma mãe que dá atenção à “meia boca“, do tipo: “fica brincando aí que mamãe está ocupada“. 

Sem conexão amorosa com os pais, ela pode entender que ela não é bem-vinda. E, à medida em que isso vai se repetindo, ela vai instalando a crença que ela não pode demonstrar aquilo que sente e que ela não é merecedora de amor. 

O que acontece quando isso não é trabalhado? Ela cresce e ela não vai se posicionar na vida, ela não vai se expor.

Às vezes o apego evitante pode acontecer também quando o pai ou a mãe é alcoólatra e a criança vê algumas cenas e tem medo de interagir. Então conclui: “Eles que se virem, eu não dou conta disso”. E fica na dela. 

O Apego Evitante pode criar uma relação onde aquela pessoa que passou por essa experiência vive sempre no seu próprio mundo.

É o adolescente que não consegue falar das suas emoções, que vive distraído com outras coisas e, mesmo quando é convidado a falar numa dinâmica, por exemplo, não se sente confortável.

Já numa relação afetiva, é aquela pessoa que parece ser meio narcisista, às vezes egoísta. 

Quando sente que o outro quer conversar, quer pôr as cartas à mesa, ela simplesmente bloqueia e se fecha. Afinal, ela sempre foi colocada de lado na vida dela, não houve essa conexão. Ela não tinha liberdade de se expressar.

Com isso, ela muitas vezes sai dos relacionamentos porque entende que aprofundar na relação é algo ruim ou mesmo perigoso.

Se não cuidar disso, essa pessoa pode levar todos esses resíduos mal resolvidos para a família que irá formar um dia. 

Temos ainda o adulto que, quando criança, viveu em um lar com um clima muito instável, fazendo com que ele desenvolvesse o “Apego Ansioso”.

O “Apego Ansioso” nasce quando o pai ou a mãe são muito dramáticos. Ou quando estão bem demais em um dia e no outro estão brigando. 

Neste caso, a criança sente que também tem que fazer todo um drama pra ter amor. 

Acontece ainda quando ela é educada de um jeito em que fica sendo condicionada: ou você faz isso ou a mamãe não vai gostar de você. 

Nas suas situações, a criança experimenta uma ansiedade muito grande de pertencer. Ela chega a ter medo de ficar sozinha. 

O risco é que ela pode crescer e se apegar a uma pessoa que não tem a ver com ela, só para ela estar com alguém “para chamar de seu”. 

Pode ser ainda que ela atraia para a vida amorosa dela um agressor. Porque uma criança que viveu essa experiência tende a desenvolver a consciência de vítima, de não merecimento. 

Seu modelo de relacionamento é o de um lar conflituoso, em que são normais as brigas e a discórdia. E aí ela vai ter dificuldade de se adaptar caso encontre uma pessoa muito passiva, muito tranquila, que faz tudo por ela. 

É mais fácil ela se “adequar” a um lar que traz aquela energia ruim que ela conheceu na infância. 

Mas isso se ela não para para se autoconhecer.

Você pergunta pra uma pessoa: “o que você quer?”. 

E ela diz que quer um lar tranquilo, um companheiro passivo, amoroso, um parceiro de vida.

Então eu pergunto “o que você está atraindo?”. 

Uma pessoa agressiva, uma pessoa que não confia em mim. E fica o tempo todo também querendo manter essa relação, querendo dominar essa pessoa.

Ou seja, conscientemente a pessoa fala o que quer, mas no emocional dela tem uma criança que invade a cena como se fosse uma sombra, que tira todo o brilho, toda a essência dela. 

Por isso a necessidade de ir lá na causa raiz, na infância, para tratar essas feridas.

Tudo bem, mas e o Apego Seguro?

O Apego Seguro é aquele em que você tem uma referência interna positiva, você aprendeu a identificar o que é ecológico, o que é bom pra você. 

Esse adulto teve um lar onde pai respeitava a mãe e vice-versa. Onde ele teve oportunidades de ver cenas de amor, de carinho e onde os filhos tinham a vez também pra falar, não se sentiam sufocados. Seus pais orientavam, inspiravam, mas colocavam limites. 

Essa pessoa que viveu em um lar funcional, tem uma grande possibilidade de viver um relacionamento igualmente saudável.

E tem como mudar a infância que eu tive?

Não. Mas você pode trabalhar com as marcas que ficaram em você. 

Imagine ter um companheiro não porque ele vem preencher uma necessidade sua, mas porque você é uma pessoa alegre, é uma pessoa feliz, você aprendeu a se dar companhia e você acha bom ter alguém com você? Não para criar uma dependência emocional, mas para que juntos, de mãos dadas, vocês possam olhar na mesma direção e construírem uma vida juntos.

Sim! Isso é possível! Mas, dependendo da infância que você viveu, requer um trabalho maior. 

As ferramentas da PNL nos ajudam a identificar quais as programações estão dentro da gente.

Elas também nos levam a desconstruir as crenças limitantes e instalar novas programações para que a vida flua mais facilmente. 

Na Programação Neurolinguística, o Metaprograma é o jeito que nós aprendemos a criar nossos padrões de comportamentos. Em outras palavras, é como mentalmente percebemos a realidade e, a partir daí, decidimos transitar pela vida.

Nem sempre nós temos consciência que existe outro jeito de ser, outro jeito de funcionar.

Mas com a Terapia da Linha do Tempo (mudança de história pessoal), por exemplo, aprendemos a desconstruir os padrões de comportamento que agridem a nossa essência, nos adoecem, buscando e tratando a causa raiz. 

É como se você olhasse para aquela menininha e falasse: 

“Agora, eu estou aqui, eu adulta, pra te dar o amor que você não teve, o respeito que você não teve. Eu estou aqui pra separar o que foi da infância e que você não precisa mais, e pra colocar um adulto que tira apenas o aprendizado da infância para conduzir sua vida.” 

Não espere que o outro venha preencher as carências que você não conseguiu preencher.

Não espere que o outro te dê o amor que você não conseguiu se dar. O melhor momento de você estar com alguém é quando você não está fazendo isso para cobrir as suas carências. 

Tudo começa dentro de você.

Luíza Lopes é Master em PNL e Diretora do INDESP.